sábado, 29 de maio de 2010

Léon Denis - Introdução do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor.



Léon Denis, grande apóstolo do Espiritismo, legou-nos vários estudos deveras grandiosos. A seguir, tem-se apenas a introdução de uma de suas grandes obras. O texto foi escrito em 1908.

Uma observação dolorosa surpreende o
pensador na velhice. Ela se torna ainda mais
lastimável em conseqüência das impressões
experimentadas em seu giro pelo mundo espiritual,
e ele então reconhece que o ensinamento
ministrado pelas instituições humanas
em geral – religiões, escolas, universidades –,
se nos ensinam muitas coisas supérfluas, em
compensação não nos ensinam quase nada do que mais temos
necessidade de conhecer para a nossa conduta: a direção da
existência terrestre e a preparação para o além.
Aqueles a quem cabe a alta missão de esclarecer e guiar a
alma humana parecem ignorar sua natureza e seus verdadeiros
destinos.
Nos meios universitários, uma completa incerteza ainda reina
sobre a solução do problema mais importante com que o homem se
defronta no decorrer de sua passagem pela Terra. Essa incerteza
se reflete em todo o ensino. Uma boa parte dos professores e
pedagogos afasta sistematicamente de suas lições tudo o que se
refere ao problema da vida, às questões de seu objetivo e finalidade.
Encontramos a mesma dificuldade nos líderes religiosos. Por
suas afirmações desprovidas de provas, conseguem comunicar
às almas sobre as quais têm responsabilidade apenas uma crença
que não responde mais à lógica de uma crítica sã nem às
exigências da razão.
A rigor, na universidade, assim como na Igreja, modernamente
a alma encontra somente obscuridade e contradição em tudo que
diz respeito ao problema de sua natureza e de seu futuro. É a esse
estado de coisas que é preciso atribuir, em grande parte, os males de nosso tempo: a incoerência das idéias, a desordem da consciência, a anarquia moral e social.
A educação dispensada às gerações é complicada: não lhes
esclarece o caminho da vida e não as estimula para as lutas da
existência. O ensino clássico habilita a cultivar, a ornar a inteligência,
mas não ensina a agir, a amar, a se dedicar nem a alcançar
uma concepção do destino que desenvolva as energias profundas
do eu e oriente nossos impulsos, nossos esforços, para um
objetivo elevado. No entanto, essa concepção é indispensável a
todo ser, a toda sociedade, porque é o sustentáculo, a consolação
suprema nas horas difíceis, a fonte das virtudes atuantes e das
altas inspirações.

Carl du Prel* relata o seguinte fato1:
“Um dos meus amigos, professor da universidade, sentiu a
dor de perder sua filha, o que reavivou nele o problema da imortalidade.
Ele se dirigiu aos seus colegas, professores de filosofia,
esperando encontrar consolação em suas respostas. Teve uma
amarga decepção: havia pedido pão e lhe ofereciam pedra; procurava
uma afirmação e respondiam-lhe com um ‘talvez’.”
Francisque Sarcey, modelo completo do professor da universidade,
escreveu2: “Estou na Terra. Ignoro absolutamente como
vim e como fui lançado aqui. Ignoro ainda mais como sairei daqui
e o que acontecerá quando sair”.
Não se pode confessar mais francamente: a filosofia da escola,
após tantos séculos de estudo e trabalho, ainda é apenas
uma doutrina sem luz, sem calor, sem vida3. A alma de nossos
filhos, sacudida entre sistemas diversos e contraditórios – o
positivismo de Augusto Comte, o naturalismo de Hegel, o materialismo
de Stuart Mill, o ecletismo de Cousin**, etc. –, flutua incerta,
sem ideal, sem um objetivo preciso.


Daí o desânimo precoce e o pessimismo
desanimador, doenças das sociedades decadentes,
ameaças terríveis para o futuro, às
quais se acrescenta o ceticismo amargo e zombeteiro
de tantos jovens que acreditam apenas
no dinheiro e honram apenas o sucesso.
O ilustre professor Raoul Pictet assinala esse estado de espírito
na introdução de sua última obra sobre as ciências psíquicas4.
Ele fala do efeito desastroso produzido pelas teorias materialistas
sobre a mentalidade de seus alunos e conclui assim:
“Esses pobres jovens admitem que tudo o que se passa no
mundo é efeito necessário e fatal de condições primárias, em
que a vontade não intervém. Consideram que sua própria existência
é, forçosamente, joguete da fatalidade inevitável, à qual
estão ligados, de pés e mãos atados. Esses jovens param de
lutar logo que encontram as primeiras dificuldades. Não acreditam
mais em si mesmos. Tornam-se túmulos vivos, onde guardam,
confusamente, suas esperanças, seus esforços, seus desejos,
fossa comum de tudo o que lhes fez bater o coração até o dia do
envenenamento. Tenho visto esses cadáveres diante de suas
carteiras e no laboratório, e têm-me causado pena.”

Tudo isso não é somente aplicável a uma parte de nossa
juventude, mas também a muitos homens de nosso tempo e de
nossa geração, nos quais podemos constatar um sintoma de cansaço
moral e de abatimento.
F. Myers* também o reconhece: “Há como que uma inquietude,
um descontentamento, uma falta de confiança no verdadeiro valor
da vida. O pessimismo é a doença moral de nosso tempo 5”.
As teorias de além-Reno**, as doutrinas de Nietzsche, de
Schopenhauer, Haeckel***, dentre outros, muito contribuíram para
desenvolver esse estado de coisas. Sua influência se espalha
por toda parte. Deve-se atribuir a eles, em grande parte, esse
lento trabalho, obra obscura de ceticismo e desencorajamento
que se desenvolve na alma contemporânea.
É tempo de reagir com vigor contra essas doutrinas funestas
e de procurar, fora da órbita oficial e das velhas crenças, novos
métodos de ensino que respondam às imperiosas necessidades
do momento presente. É preciso preparar os espíritos para as
necessidades, os combates da vida atual e das vidas futuras; é
preciso, sobretudo, ensinar o ser humano a se conhecer, a desenvolver,
em vista de seus objetivos, as forças latentes que
nele dormem.
Até aqui, o pensamento esteve limitado a círculos estreitos:
religiões, escolas ou sistemas que se digladiam e se combatem
reciprocamente. Daí essa divisão profunda das idéias, essas
correntes violentas e contrárias que perturbam e transtornam o
meio social.
Aprendamos a sair desses círculos rígidos e a dar livre
expansão ao pensamento. Cada sistema contém uma parte de
verdade; nenhum contém a realidade por completo. O universo e a
vida possuem aspectos bastante variados, bastante numerosos
para que algum sistema possa abarcar todos. Dentre essas
concepções absurdas, é preciso recolher os fragmentos de
verdade que elas contêm, aproximá-los e colocá-los de acordo.
Depois, unindo-os aos novos e múltiplos aspectos da verdade
que descobrimos a cada dia, caminharmos rumo à unidade
majestosa e à harmonia do pensamento.
A crise moral e a decadência de nossa época provêm, em
grande parte, do fato de o espírito humano ter se imobilizado
durante muito tempo. É preciso tirá-lo da inércia, das rotinas seculares,
levá-lo às mais elevadas altitudes, sem perder de vista
as bases sólidas que vêm oferecer-lhe uma ciência engrandecida
e renovada. É essa ciência do amanhã que trabalhamos para que
seja constituída. Ela nos fornecerá o critério indispensável, os
meios de verificação e de comparação sem os quais o pensamento,
entregue a si mesmo, sempre correrá o risco de se perder.

A perturbação e a incerteza que verificamos no ensino repercutem
e se encontram, como dissemos, em toda ordem social.
Por toda parte, há um estado de crise inquietante. Sob a
superfície brilhante de uma civilização refinada, esconde-se um
mal-estar profundo. A irritação cresce nas classes sociais. O conflito
de interesses, a luta pela vida tornam-se, dia a dia, mais
ásperos. O sentimento do dever tem-se enfraquecido na consciência
popular a tal ponto que muitos homens nem mesmo sabem onde está o dever. A lei do número, ou seja, da força cega, domina mais do que nunca. Retóricos* mentirosos dedicam-se a
desencadear as paixões, os maus instintos da multidão, a espalhar
teorias nocivas, às vezes criminosas. Depois, quando a maré
sobe e o vento sopra em tempestade, eles se escondem e afastam
de si toda responsabilidade.
Onde está, então, a explicação desse mistério, dessa contradição
notável entre as aspirações generosas de nosso tempo
e a realidade brutal dos fatos? Por que um regime que havia despertado
tantas esperanças ameaça chegar à anarquia, à ruptura
de todo o equilíbrio social?
A implacável lógica vai nos responder: a democracia, radical
ou socialista, nas massas profundas e em seu espírito dirigente,
inspirando-se nas doutrinas negativistas, podia chegar somente
a um resultado negativo para a felicidade e a elevação da humanidade.
Tal o ideal, tal o homem; tal a nação, tal o país!
As doutrinas negativistas, em suas conseqüências extremas,
levam fatalmente à anarquia, ou seja, ao vácuo, ao nada social.
A história humana já teve, diversas vezes, essa dolorosa experiência.
Enquanto se tratou de destruir os restos do passado, de dar
o último golpe nos privilégios que restavam, a democracia serviu-
se habilmente de seus meios de ação. Porém, hoje, o que
importa é construir a cidade do futuro, o vasto edifício que deve
abrigar o pensamento das gerações. E, diante dessas tarefas,
as doutrinas mostram sua insuficiência e revelam sua fragilidade;
vemos os melhores operários se debaterem em uma espécie de
impotência material e moral.
Nenhuma obra humana pode ser grande e durável se não se
inspirar, na teoria e na prática, em seus princípios e em suas
aplicações, nas leis eternas do universo. Tudo o que é concebido
e edificado fora das leis superiores se constrói na areia e afunda.
Acontece que as doutrinas do socialismo atual têm um erro
essencial. Elas querem impor uma regra em contradição com a
natureza da verdadeira lei da humanidade: o nível igualitário.
A evolução gradual e progressiva é a lei fundamental da natureza
e da vida. É a razão de ser do homem, a norma do universo.
Posicionar-se contra ela, substituir-lhe por outro fim, seria tão
insensato quanto querer parar o movimento da Terra ou o fluxo e
refluxo das marés.
Já podemos medir a extensão dos desastres causados pelas
doutrinas negativistas. O determinismo, o materialismo, ao negar
a liberdade humana e a responsabilidade, minam as próprias
bases da ética universal. O mundo moral não passa de um anexo
da fisiologia, ou seja, o reinado, a manifestação da força cega e
irresponsável. Os espíritos de elite professam o niilismo
metafísico**, e a massa humana, o povo, sem crenças, sem princípios
determinados com exatidão, fica entregue a homens que
exploram suas paixões e especulam com suas ambições.
O positivismo*, apesar de ser menos absoluto, não é menos
prejudicial em suas conseqüências. Por sua teoria do desconhecido,
suprime as noções de objetivo e de larga evolução. Ele pega
o homem na fase atual de sua vida, simples fragmento de seu
destino, e o impede de ver para diante e para trás de si; método
estéril e perigoso, feito, parece, para cegos de espírito e que se
tem proclamado, muito falsamente, como a mais bela conquista
do espírito moderno.
Esse é o estado atual da sociedade. O perigo é imenso e se
alguma grande renovação espiritualista e científica não se produzisse,
o mundo acabaria na incoerência e na confusão.
Nossos homens de governo já sentem o que lhes custa viver
numa sociedade em que as bases essenciais da moral estão abaladas,
em que as leis são brandas, frágeis ou superficiais, em que
tudo se confunde, até mesmo a noção elementar do bem e do mal.
É verdade que as Igrejas, apesar de suas fórmulas antiquadas
e de seu espírito contrário ao progresso, ainda agrupam ao
redor de si muitas almas sensíveis; porém, tornaram-se incapazes
de afastar o perigo pela impossibilidade em que se colocaram
de fornecer uma definição precisa do destino humano e do além,
apoiada em fatos comprovados.
A humanidade, cansada de dogmas** e de especulações sem
provas, mergulhou no materialismo ou na indiferença. Não há salvação
para o pensamento, senão por uma doutrina baseada na
experiência e no testemunho dos fatos.
De onde virá essa doutrina? Que poder nos livrará do abismo
em que nos arrastamos? Que ideal novo virá dar ao homem a
confiança no futuro e o fervor pelo bem? Nas horas trágicas da
História, quando todos pareciam desesperados, o socorro nunca
faltou. A alma humana não pode afundar inteiramente e morrer.
No momento em que as crenças do passado se esgotam, uma
concepção nova da vida e do destino, baseada na ciência dos
fatos, reaparece. A grande tradição revive sob formas engrandecidas,
mais jovens e mais belas. Ela mostra a todos um futuro cheio de esperança e de promessas. Saudemos o novo reino
da idéia vitoriosa da matéria e trabalhemos para preparar seus
caminhos!
A tarefa a cumprir é grande, e a educação do homem deve
ser totalmente refeita. Essa educação, como vimos, nem a universidade
nem a Igreja estão em condições de fornecer, uma
vez que não possuem mais as sínteses necessárias para esclarecer
a marcha das novas gerações. Apenas uma doutrina pode
oferecer essa síntese: a do ESPIRITISMO! Ela já sobe no horizonte
do mundo intelectual e parece iluminar o futuro.
A essa filosofia, a essa ciência livre, a essa religião independente, desprovida
de toda pressão oficial, de todo compromisso político, as descobertas
contemporâneas trazem a cada dia novas e preciosas contribuições.
Os fenômenos do magnetismo, da radioatividade, da
telepatia são aplicações de um mesmo princípio, manifestações
de uma mesma lei que rege, ao mesmo tempo, o ser e o universo.
Mais alguns anos de trabalho paciente, de experimentação
conscienciosa, de pesquisas contínuas e a nova educação terá
encontrado sua fórmula científica, sua base essencial. Esse acontecimento
será o maior fato da História desde o aparecimento do
Cristianismo.
A educação, sabemos, é o fator mais poderoso do progresso;
ela contém a origem do futuro. Mas, para ser completa, deve
se inspirar no estudo da vida sob suas duas formas alternantes,
visível e invisível, em sua plenitude*, em sua evolução crescente
em direção aos cimos da natureza e do pensamento.
Os mestres dirigentes da humanidade têm um dever imediato
a cumprir. É o de recolocar o espiritualismo na base da educação,
de trabalhar para refazer o homem interior e a saúde moral.
É preciso despertar a alma humana, adormecida por uma teoria
destrutiva, mostrar-lhe seus poderes ocultos, fazê-la ter consciência
de si mesma, para realizar seu glorioso destino.
A ciência moderna analisou o mundo exterior; suas descobertas
no universo objetivo são profundas: isso será sua
honra e sua glória; mas ainda não sabe nada sobre o universo
invisível e o mundo interior. É esse o império ilimitado que lhe
resta conquistar. Saber por quais laços o homem se liga ao
conjunto, descer às sinuosidades** misteriosas do ser, onde a sombra e a luz se misturam como na caverna de Platão*, percorrer seus labirintos, os redutos secretos, procurar conhecer o “eu”
moral e o “eu” profundo, a consciência e a subconsciência: não
há estudo mais necessário que esse.
Enquanto as escolas e as academias não o tiverem introduzido em seus programas,
nada terão feito pela educação definitiva da humanidade.
Porém, já vemos surgir e constituir-se uma psicologia totalmente maravilhosa e
imprevista, da qual vão derivar uma nova concepção do ser e a noção de uma lei
superior, que engloba e resolve todos os problemas da evolução e do futuro.
*
Nosso dever é o de traçar o caminho à humanidade futura da
qual ainda faremos parte integrante, como nos ensina a comunhão
das almas, a revelação dos grandes instrutores invisíveis,
do mesmo modo que a natureza ensina, por suas milhares de
vozes e pela renovação eterna de todas as coisas, àqueles que
sabem estudá-la e compreendê-la.
Vamos rumo ao futuro, rumo à vida sempre renascente, pelo
caminho imenso que nos abre o Espiritismo!
Tradições, ciências, filosofias, religiões, iluminai-vos com uma
chama nova; sacudi vossos velhos sudários* e as cinzas que
os cobrem. Escutai as vozes reveladoras do túmulo, elas nos
trazem uma renovação do pensamento com os segredos do além,
que o homem tem necessidade de conhecer para melhor viver,
melhor agir e melhor morrer!

Léon Denis. Introdução do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor.



* Carl du Prel (1839-1899): destacado filósofo alemão e um dos importantes pensadores
modernos, grande defensor das idéias espíritas no seu tempo contra os materialistas.
Deixou muitas obras publicadas (Nota do Editor).
1 - Carl du Prel. La mort et l’au-delà (A morte e o além).
2 - Petit Journal, “Crônica”, 7 de março de 1894.
3 - A propósito dos exames universitários, M. Ducros, sub-reitor da Faculdade de Aix,
escreveu no Journal des Débats (Jornal dos Debates), em 3 de maio de 1912: “Parece
que existe entre o discípulo e as coisas como que um anteparo, não sei que nuvem de
palavras aprendidas, fatos dispersos e opacos. É sobretudo na filosofia que se prova
esta triste impressão”.
** Augusto Comte (francês), J.G. Friedrich Hegel (alemão), J. Stuart Mill (inglês) e Victor
Cousin (francês): filósofos de grande influência. Positivismo, naturalismo e materialismo
são doutrinas filosóficas; ecletismo é um método que consiste em reunir teses de doutrinas
diversas (N.E.).
* Retórico: nesse caso, orador que faz discurso pomposo e sem conteúdo (N.E.).
* Despotismo: sistema de governo que se funda no poder de dominação sem freios (N.E.).
** Niilismo metafísico: doutrina materialista segundo a qual só haverá progresso e avanço
para o homem após a destruição social dos conhecimentos ligados à crença, que se
baseiam em um poder criador de onde derivam a vida e todas as coisas (N.E.).
* Positivismo: doutrina filosófica do francês Augusto Comte (1798–1875) baseada na
investigação científica. Ensina que é pelo conhecimento científico (aplicação da ciência)
que se resolvem os problemas sociais. Essa filosofia teve, de início, grande influência
sobre os militares, políticos e intelectuais brasileiros no século 18. A divisa “Ordem e
Progresso”, da bandeira brasileira, é um conceito da filosofia positivista. Do positivismo
deriva o que conhecemos hoje como sociologia (N.E.).
** Dogma: ensinamento, conceito ou regra formulada por dirigente religioso ou associação
religiosa por meio do qual se impõem aos seus seguidores de forma autoritária e
indiscutível as regras de conduta e sua maneira de interpretar os textos sagrados (N.E.).
* Plenitude: qualidade daquilo que é completo, inteiro (N.E.).
** Sinuosidade: que apresenta curvas irregulares. Nesse caso, que não se manifesta
com franqueza (N.E.).
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O Espiritismo
www.oespiritismo.com.br

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O SENTIDO DA VIDA


Busque na vida aquilo que mais importa... Amar os outros e a sí próprio, pois esse não só é o melhor caminho mas é o devido caminho para todas as outras coisas na vida. Sem Amor não podemos praticar o bem a sí mesmo e aos outros. Sem Amor não podemos partilhar o bem. Sem Amor não exercemos a nossa dignidade. Sem Amor não temos respeito próprio e para com os outros. Sem Amor não adquirimos a felicidade. Sem Amor não podemos perdoar. Sem Amor não cultivamos verdadeiras amizades. Sem Amor não há compreensão. Sem Amor não lutamos pelo que queremos. Sem Amor não trilhamos no caminho do sucesso. Sem Amor a vida perde o sentido. Por isso Ame e se deixe Amar, o Amor é o melhor dos remédios, é o sentimento mais sublime que podemos ter e cultivar, só o Amor pode nos libertar do sentimento do ego e transmutar todos os outros sentimentos que nos atrapalha na senda evolutiva divina.

Que Assim Seja !

Liduino Frater R+C

NÃO VOS APEGUEIS QUER AOS VOSSOS "CERTOS" - QUER AOS VOSSOS "ERRADOS"



"Abençoados corações,

Se aceitamos o erro ou o ego como algo de sumamente real, então não há esperança de salvação. Sim, porque o fulcro da salvação não está nas boas obras ou más obras por si, mas sim na renúncia ao erro e à consciência errônea - que foram os próprios criadores do ego humano - e na compreensão de que o fator que muda tudo é a concentração da alma na vontade de Deus, é a sintonização da alma com essa vontade. 

O importante não é que estejais certos ou errados, mas que não vos apegueis quer aos vossos "certos" quer aos vossos "errados". E com esse não-apego, a resolução da vossa vida estará em que tudo o que proceder de vós terá como resultado uma ação certa, uma consciência certa, metas certas, o uso acertado da mente - um certo que é a "Certeza" (o certo) de Deus! 

Assim, afastai-vos do Mal, não porque seja real, mas por ser irreal e por não fazer parte de Deus!" 
Ditado do Mestre El Morya
Livro: Senhores do Sete Raios
De Mark e Elizabeth C. Prophet

O SÁBIO


Aquele que conhece os outros é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso.
Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.

 Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás ereto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Te gasta, e permanecerás novo.

O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo, ninguém no mundo
pode competir com ele.”

 ***Lao Tsé - Tao Te Ching***

A CONSCIÊNCIA É SEMPRE DIRIGIDA PELO LIVRE-ARBÍTRIO.


É falsa a idéia estabelecida pelo pensamento ortodoxo, de que Deus age segundo Sua própria vontade na vida de um indivíduo ou, de uma nação. Deus somente atua através da mente da Sua própria individualizaçã o, que se reveste das personalidades que vedes em torno de vós. Essas personalidades são apenas veículos para uso e expressão dessa Poderosa Individualidade que é a Vontade de Deus e vosso livre-arbítrio, sendo que este só entra em ação por meio da vossa direção consciente.
 
Fonte: “O Livro de Ouro de Saint Germain”
            Ponte para a Liberdade

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Como tornar-se próximo de si mesmo e dos outros

 

Por que será que muitas vezes nos defendemos antes mesmo de sermos atacados? Porque estamos sobrecarregados de sentimentos reativos: sem nos darmos conta, aprendemos a evitar sentimentos que nos despertem medo e dúvida. Mas evitá-los não faz com que eles vão embora. É como se tivéssemos nos tornado alérgicos a nós mesmos... O antídoto para curar esse processo inflamatório surgirá na medida em que lentamente aproximarmo-nos de nós mesmos, de modo sincero e real.

Aproximar-se de nós mesmos significa reconhecer nossa totalidade. Ou seja, quando nos aproximamos de nossas feridas emocionais, assim como de nossas habilidades e recursos para enfrentá-las, entramos num processo tanto de enfrentamento, como de superação. Lama Gangchen Rinpoche nos fala que desta maneira podemos erradicar a violência interior, parar de lutar contra nós mesmos.


Por exemplo, quando estamos diante de uma escolha afetiva -decidir ou não- unir-se maritalmente com alguém. Sabemos que esta decisão irá representar o início de um novo capítulo de nossa vida, envolvendo um roteiro de dramas e soluções. Um lado nosso diz que sim e outro não. Qual está com razão? Qual está a nosso favor?

Este é um momento em que teremos que nos aproximar de ambas as partes para escutar com sinceridade o que elas têm a para nos dizer. Uma vez ouvidas, elas estarão prontas para conversar entre si e fazer acordos de paz.
Mas, em geral, saltamos essa etapa de escuta interior porque evitamos o desconforto de lidar com nossos sentimentos antagônicos.

Somos amigos de nós mesmos quando nos aproximamos de nossos sentimentos sem reagir a eles. Assim como quando recebemos ajuda de um bom amigo: inicialmente, ele nos escuta sem nada nos dizer, depois introduz sua percepção a respeito do conflito em questão e, por fim, juntos encontramos um modo de conseguirmos dar o salto: encontrar um novo olhar com o qual recuperamos força para seguir adiante.


A questão que nos impede de sermos bons amigos de nós mesmos é que negamos nossos sentimentos devido ao hábito de interpretá-los, antes mesmos de conhecê-los!

Desde crianças, fomos ensinados a pensar nossos sentimentos ao invés de senti-los. Fomos incentivados a sermos racionais e a ter lógica e bom senso.

Obviamente, se estivéssemos em constante harmonia com nosso mundo emocional, esta seria uma atitude acertada diante de nossos processos de decisão afetiva. Mas, em geral, não é bem assim que ocorre. Tomamos decisões baseadas na lógica, porém precipitadas... Diante da inabilidade em lidar com o desconforto dos sentimentos antagônicos, passamos por cima deles. Quando agimos assim, nossas decisões não são escolhas, mas sim, mecanismos de defesa para não sentirmos nossos sentimentos. É como sair do banho com frio e colocar qualquer roupa só para não sentir frio. Depois, quando nos deparamos mal vestidos, temos que voltar atrás e escolher o que vamos vestir.


Queremos e não queremos um monte de coisas ao mesmo tempo! Creio que aprendemos cedo demais uma premissa sobre nós mesmos que não é tão verdadeira quanto pensávamos: a de que somos seres mamíferos racionais!


Será que somos tão racionais assim? Afinal, quando nos deparamos com emoções mais fortes nos surpreendemos com o modo como elas nos dominam a ponto de perdermos a capacidade de raciocinar.


Creio que já aprendemos a pensar, agora nos falta aprender a sentir. Se não, correremos o risco de nos tornarmos excessivamente racionais, a ponto de não sabermos mais o que, de fato, estamos sentindo.


Desta forma, criamos uma certa distância com relação a nós mesmos. Estranhamente, sentimos esta distância como uma barreira que nos impede de nos harmonizarmos internamente. Quem não conhece a sensação de não conseguir se sentir em sintonia consigo próprio?


Isto se torna cada vez mais evidente quando nosso mundo interior vive num contexto muito diferente do mundo exterior. Isto é, aparentemente estamos de acordo com os eventos externos, mas internamente vivemos num outro mundo. O contrário também ocorre quando vivemos intensamente nosso mundo interno, mas dissociados dos eventos externos.


A questão é: seja longe de nós mesmos ou longe de nosso mundo externo, uma hora teremos que lidar com ambas realidades.


Na medida em que, por uma razão ou outra, os sentimentos pouco sentidos vêm à tona temos a oportunidade de nos aproximarmos de nós mesmos. Esta aproximação nos traz um sentido natural de pertencimento, de continuidade, ou seja, de poder seguir em frente sem barreiras.


Por isso, ao contrário do que se possa pensar, sentir-se próximo a si mesmo não é uma atitude egocentrada nem egoísta, mas, sim, de autoconhecimento. Afinal, quanto mais estivermos à vontade conosco, menos reativos seremos! Em outras palavras, mais relaxados e serenos para lidar com as reações alheias.


Quanto mais formos reativos a nós mesmos, menos capacidade teremos para nos aproximar de nossos sentimentos. Sentir os sentimentos é mais do que pensar sobre eles. Senti-los significa aproximar-se de si mesmo com amizade, abertura e gentileza.


Não reagir emocionalmente é um sinal de maturidade e equilíbrio. Mas, para tanto, é preciso sentir a tensão interna e dissolvê-la gradualmente. Se não notarmos a pressão interna em seu estado inicial, ela irá crescer até explodir por não encontrar uma via de escape!


Lama Gangchen Rinpoche nos alerta do quanto é preciosa esta sensação de proximidade em todos os relacionamentos, sejam eles de médico e paciente, pais e filhos, entre irmãos, amigos, ou entre instituições e povos de diferentes raças.

Rinpoche ressalta que sentir-se próximo não quer dizer sentir-se íntimo. Mas sim ser tocado pela existência do outro. Desta forma, sentimos naturalmente empatia por ele e disponibilidade para ajudá-lo. Aquele que sente este tipo de proximidade não sente solidão.

Muitas vezes, quando estamos sós, buscamos instintivamente o contato com a Natureza para nos consolar.


Lama Gangchen enfatiza que este sentimento de proximidade com a Natureza está estreitamente vinculado com a nossa capacidade de envolver-se afetivamente com as pessoas. Aliás, diz ele, que há uma conexão direta entre o distanciamento, que vivemos hoje em dia da Natureza morando na cidade, com o aumento de conflitos nos relacionamentos afetivos.


Neste sentido, se quisermos melhorar nossos relacionamentos afetivos, precisamos dedicar mais tempo para ficar em contato direto com o vento, o fogo, a terra, a água e o espaço. Lugares abertos, como a vista do horizonte em alto mar ou do topo de uma montanha, são experiências que quando vivenciamos guardamos como tesouros na memória de nosso coração.


Quanto mais próximos nos sentirmos da Natureza, mais respeito e amor teremos por ela. Quando mais próximos nos sentirmos uns dos outros, mais e alegria e gratidão teremos por estarmos vivos, perto uns dos outros.


http://somostodosum.ig.com.br

Paz Íntima


Guarda sempre:
A confiança em Deus em ti mesmo.
A consciência tranqüila.
O tempo ocupado no melhor a fazer.
A palavra construtiva.
A oração com trabalho.
A esperança em serviço.
A paciência operosa.
A opinião desapaixonada.
A bênção da compreensão.
A participação no progresso de todos.
A atitude compassiva.
A verdade iluminada de amor.
O esquecimento do mal.
A fidelidade aos compromissos assumidos.
O perdão incondicional das ofensas.
O devotamento ao estudo.
O gesto de simpatia.
O sorriso de encorajamento.
O auxílio espontâneo ao próximo.
A simplicidade nos hábitos.
O espírito de renovação.
O culto da tolerância.
A coragem de olvidar-se para servir.
A perseverança no bem.

Conservemos semelhantes traços pessoais, na
experiência do dia-a-dia, e adquiriremos a ciência da
paz íntima com o privilégio de encontrar a felicidade
pelo trabalho, no clima do amor.


Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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A Doutrina Espírita

"A Doutrina Espírita é o instituto universal de ensino e proteção, instalado por Allan Kardec, sob orientação do Mestre dos Mestres - Jesus Cristo."

Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
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Decálogo do Aperfeiçoamento

1 –Diminua as próprias necessidades e aumente as suas concessões.

2 –Intensifique o seu trabalho e reduza as quotas de tempo inaproveitado.

3 –Eleva as idéias e reprima os impulsos.

4 –Liberte o “homem do presente”, na direção de Jesus e aprisione o “homem do passado” que ainda vive em você.

5 –Vigie os seus gestos, estendendo os gestos alheios.

6 –Persevere no estudo nobre, reconhecendo na vida a escola sagrada de nossa ascensão para Deus.

7-Julgue a você mesmo e desculpe indistintamente.

8 -Fale com humildade, ouvindo com atenção.

9-Medite realizando e ore servindo.

10-Confie no Amor do Eterno e renda culto diário às obrigações em que Ele Mesmo nos situou.



Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Ideal Espírita
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Espiritismo e você

Se, perante as dificuldades naturais que a vida lhe apresenta, como imperativo da evolução, você ainda:

irrita-se com facilidade;

desespera-se nos momentos de provação;

encoleriza-se com freqüência;

não reprime a palavra descaridosa;

responde com aspereza;

age com agressividade;

não sustenta a harmonia do ninho doméstico;

anuncia-se como arauto do pessimismo;

mostra-se como tropeço na realização das boas obras;

revolta-se contra a Vontade Divina, quando contrariado em suas aspirações;

em verdade, embora você esteja participando ativamente do Espiritismo, assoberbado em tarefas e estudos, direção e assistência, é justo reconhecer que, nessas condições, o Espiritismo ainda não participa de você.



Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Chico Xavier


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O Espiritismo
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Tudo o que há de ruim a seu redor desaparece quando você ama de verdade



MENSAGEM DO DIA - de Luis Carlos Mazzini

Quando um armário está cheio demais e suas portas nem podem ser totalmente fechadas, o que está dentro começa a cair para fora impedindo de segurar tudo, está na hora de tomar uma providência. Certo? Agora, imagina uma comporta de uma represa sendo aberta e visualize toda aquela água transbordando com toda violência e arrastando tudo que encontra pela frente... É mais ou menos isso que acontece com o poder do amor contido em você!

Por isso que é preciso descobrir e liberar todo amor que há em você! Nada poderá interromper o fluxo do amor em sua vida! Nada! Saiba que basta você descobrir uma vez só o poder que você tem de amar e pronto! Um vez descoberto e solto, nada consegue interromper o fluxo do amor! Nada!

Ele se derrama varrendo toda negatividade, todo pessimismo, todo desânimo e toda desarmonia! Tudo o que há de ruim a seu redor desaparece quando você ama de verdade. E uma capa protetora cresce mais e mais a medida que você consegue amar mais, atingindo a todos como se fosse um onda magnética poderosa.

O amor atrai a harmonia, a compreensão, o perdão. E você sabe disso porque deve ter experimentado isso, pelo menos uma vez em sua vida! O amor pode tomar conta do mundo e unir toda a humanidade! Faça a sua parte!

E quanto antes você liberar esse tremendo potencial de amor contido em seu coração e permitir que ele flua livremente, mais depressa poderá conquistar a paz e a harmonia para você mesmo, para o mundo e para a humanidade, ok?

Com amor em seu coração você será capaz de atrair o melhor não só para você mas principalmente para todos a seu redor. Acredite nesse poder, nessa força, nessa magia! Sabe por que? Porque o amor só enxerga o melhor e só atrai o melhor!

Abra-se! Não tenha medo de amar de verdade! Não tenha medo de ser amado! Aliás, não esconda mais nada e deixe o amor fluir livremente. Foi Deus quem fez você assim, sabia? Você foi feito para amar bastante e toda vez que desviar desse caminho vai estar contrariando sua missão de vida, "sua característica de fábrica"

Bom Dia! Bom divertimento! Boa quinta-feira! Permita que o centro do seu coração seja tocado pelo amor que Deus tem por você!

"Experimente amar as pessoas mais do que aparentemente elas merecem"



SabedoriaDosMestres.com
 

domingo, 23 de maio de 2010

COMPREENSÃO E VIDA


Pesquisemos os próprios sentimentos e verificaremos quão difícil se nos faz a renovação íntima.

Quantas vezes, no mundo, teremos sentido a inconveniência de certos hábitos com manifesta incapacidade para desvencilhar-nos deles?

Em quantas ocasiões, sabíamos previamente quanto nos doeriam as conseqüências de determinada ação infeliz e a ela nos atiramos para nosso próprio sofrimento?

Referimo-nos ao assunto para destacar o impositivo da tolerância.

Ante os irmãos que te pareçam afastados do caminho que que a vida lhes marcou, não lhes condenes a trajetória.

Ao invés disso, auxilia-os, através da providência que lhes consiga aliviar a carga das obrigações assumidas e com a boa palavra que lhes desanuvie o espírito atribulado.

Esse erra sob a pressão das necessidades de ordem material; aquele cedeu à tentações que se lhe figuravam irremovíveis; outro penetrou nos labirintos da culpa, acreditando-se sob graves constrangimentos no campo doméstico; e ainda outro conhecia a extensão do problema em que se emaranhava, entretanto, de momento, não encontrou forças, em si próprio, a fim de livrar-se dele.

Ampara-os, quanto possas.

Não será com aspereza que lhes resseguraremos a tranqüilidade, tanto quanto não será espancando uma ferida que lhe conseguiremos a cura.

O remédio destinado à recuperação do corpo é o símbolo do amor com que nos será possível reajustar a harmonia da alma doente.

O medicamento age, dose a dose.

O amor opera, gesto a gesto.

Diante dos companheiros de experiência na Terra, estende-lhes a beneficência da compreensão que lhes reerga o entendimento na estrada que lhes cabe trilhar.

Se não conseguimos, de imediato, fazer de nós aquilo que mais desejamos e se, muitas vezes, no Plano Físico, escapamos das piores situações, a preço de lágrimas, não será justo exigir dos outros uma condição diferente da nossa.

À frente do irmão, considerado em desvalimento, em vista desse ou daquele erro por ele cometido, compadece-te e auxilia-o para que se retome no equilíbrio próprio, por quanto, habitualmente, onde o próximo terá surpreendido a pedra de alguma dificuldade poderá, talvez, transformar-se no grande obstáculo que nos fará cair amanhã.



Pelo Espírito Emmanuel, do livro: Atenção, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Trecho do livro Nosso Lar, de André Luiz (espírito), psicografado por Chico Xavier.


"Lísias interveio, acentuando:

- Tudo se equilibra no amor infinito de Deus, e, quanto mais evolvido o ser criado, mais sutil o processo de alimentação. O verme, no subsolo do planeta, nutre-se essencialmente de terra. O grande animal colhe na planta os elementos de manutenção, a exemplo da criança sugando o seio materno. O homem colhe o fruto do vegetal, transforma-o segundo a exigência do paladar que lhe é próprio, e serve-se dele à mesa do lar. Nós outros, criaturas desencarnadas, necessitamos de substâncias suculentas, tendentes à condição fluídica, e o processo será cada vez mais delicado, à medida que se intensifique a ascensão individual.

- Não esqueçamos, todavia, a questão dos veículos - acrescentou a senhora Laura -, porque, no fundo, o verme, o animal, o homem e nós, dependemos absolutamente do amor. Todos nos movemos nele e sem ele não teríamos existência.

- É extraordinário! - aduzi, comovido.

- Não se lembra do ensino evangélico do "amai-vos uns aos outros?” - prosseguiu a mãe de Lísias atenciosa - Jesus não preceituou esses princípios objetivando tão-somente os casos de caridade, nos quais todos aprenderemos, mais dia menos dia, que a prática do bem constitui simples dever. Aconselhava-nos, igualmente, a nos alimentarmos uns aos outros, no campo da fraternidade e da simpatia. O homem encarnado saberá, mais tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal – patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo - constituem sólidos alimentos para a vida em si. Reencarnados na Terra, experimentamos grandes limitações; voltando para cá, entretanto, reconhecemos que toda a estabilidade da alegria é problema de alimentação puramente espiritual. Formam-se lares, vilas, cidades e nações em obediência a imperativos tais.

Recordei instintivamente as teorias do sexo, largamente divulgadas no mundo; mas, adivinhando-me talvez os pensamentos, a senhora Laura sentenciou:

- E ninguém diga que o fenômeno é simplesmente sexual. O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial infinito. Entre os casais mais espiritualizados, o carinho e a confiança, a dedicação e o entendimento mútuos permanecem muito acima da união física, reduzida, entre eles, a realização transitória. A permuta magnética é o fator que estabelece ritmo necessário à manifestação da harmonia. Para que se alimente a ventura, basta a presença e, às vezes, apenas a compreensão.

Valendo-se da pausa, Judite acrescentou:

- Aprendemos em "Nosso Lar" que a vida terrestre se equilibra no amor, sem que a maior parte dos homens se aperceba. Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada.

- Como vê, meu amigo - objetou Lísias contente -, ainda aqui é possível relembrar o Evangelho do Cristo. "Nem só de pão vive o homem”.
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CASAMENTO E FAMÍLIA

Diante das contestações que se avolumam, na atualidade, pregando a reforma dos hábitos e costumes, surgem os demolidores de mitos e de Instituições, assinalando a necessidade de uma nova ordem que parece assentar as suas bases na anarquia.
A onda cresce e o tresvario domina, avassalador, ameaçando os mais nobres patrimônios da cultura, da ética e da civilização, conquistados sob ônus pesados, no largo processo histórico da evolução do homem.
Os aficionados de revolução destruidora afirmam que os valores ora considerados, são falsos, quando não falidos, e que os mesmos vêm comprimindo o indivíduo, a sociedade e as massas, que permanecem jungidos ao servilismo e à hipocrisia, gerando fenômenos alucinatórios e mantendo, na miséria de vários matizes, grande parte da humanidade.
Entre as Instituições que, para eles, se apresentam ultrapassadas, destacam o matrimônio e a família, propondo a promiscuidade sexual, que disfarçam com o nome de "amor livre", e a independência do jovem, imaturo e inconseqüente, sob a justificativa de liberdade pessoal, que não pode nem deve ser asfixiada sob os impositivos da ordem, da disciplina, da educação...
Excedendo-se, na arbitrariedade das propostas ideológicas ainda não confirmadas pela experiência social nem pela convivência na comunidade, afirmam que a criança e o jovem não são dependentes quanto parecem, podendo defender-se e realizar-se, sem a necessidade da estrutura familiar, o que libera os pais negligentes de manterem os vínculos conjugais, separando-se tão logo enfrentam insatisfações e desajustes, sem que se preocupem com a prole.
Não é necessário que analisemos os problemas existenciais destes dias, nem que façamos uma avaliação dos comportamentos alienados, que parecem resultar da insatisfação, da rebeldia e do desequilíbrio, que grassam em larga escala.
A monogamia é conquista de alto valor moral da criatura humana, que se dignifica pelo amor e respeito ao ser elegido, com ele compartindo alegrias e dificuldades, bem-estar e sofrimentos, dando margem às expressões da afeição profunda, que se manifesta sem a dependência dos condimentos sexuais, nem dos impulsos mais primários da posse, do desejo insano.
Utilizando-se da razão, o homem compreende que a vida biológica é uma experiência muito rápida, que ainda não alcançou biótipos de perfeição, graças ao que, é frágil, susceptível de dores, enfermidades, limitações, sendo, os estágios da infância como o da juventude, preparatórios para os períodos do adulto e da velhice.
Assim, o desgaste e o abuso de agora tornam-se carência e infortúnio mais tarde, na maquinaria que deve ser preservada e conduzida com morigeração.
Aprofundando o conceito sobre a vida, se lhe constata a anterioridade ao berço e a continuidade após o túmulo, numa realidade de interação espiritual com objetivos definidos e inamovíveis, que são os mecanismos inalienáveis do progresso, em cujo contexto tudo se encontra sob impositivos divinos expressos nas leis universais.
Desse modo, baratear, pela vulgaridade, a vida e atirá-la a situações vexatórias, destrutivas, constitui crime, mesmo quando não catalogado pelas leis da justiça, exaradas nos transitórios códigos humanos.
O matrimônio é uma experiência emocional que propicia comunhão afetiva, da qual resulta a prole sob a responsabilidade dos cônjuges, que se nutrem de estímulos vitais, intercambiando hormônios preservadores do bem estar físico e psicológico. Não é, nem poderia ser, uma incursão ao país da felicidade, feita de sonhos e de ilusões.
Representa um tentame, na área da educação do sexo, exercitando a fraternidade e o entendimento, que capacitam as criaturas para mais largas incursões na área do relacionamento social. Ao mesmo tempo, a família constitui a célula experimental, na qual se forjam valores elevados e se preparam os indivíduos para uma convivência salutar no organismo universal, onde todos nos encontramos fixados.
A única falência, no momento, é a do homem, que se perturba, e, insubmisso, deseja subverter a ordem estabelecida, a seu talante, em vãs tentativas de mudar a linha do equilíbrio, dando margem às alienações em que mergulha.
Certamente, muitos fatores sociológicos, psicológicos, religiosos e econômicos contribuíram para este fenômeno. Não obstante, são injustificáveis os comportamentos que investem contra as Instituições objetivando demoli-las, ao invés de auxiliar de forma edificante em favor da renovação do que pode ser recuperado, bem como da transformação daquilo que se encontre ultrapassado.
O processo da evolução é inevitável. Todavia, a agressão, pela violência, contra as conquistas que devem ser alteradas, gera danos mais graves do que aqueles que se buscam corrigir. O lar, estruturado no amor e no respeito aos direitos dos seus membros, é a mola propulsionadora do progresso geral e da felicidade de cada um, como de todos em conjunto.
Para esse desiderato, são fixados compromissos de união antes do berço, estabelecendo-se diretrizes para a família, cujos membros se voltam a reunir com finalidades específicas de recuperação espiritual e de crescimento intelecto-moral, no rumo da perfeição relativa que todos alcançarão.
Esta é a finalidade primeira da reencarnação.
A precipitação e desgoverno das emoções respondem pela ruptura da responsabilidade assumida, levando muitos indivíduos ao naufrágio conjugal e á falência familiar por exclusiva responsabilidade deles mesmos.
Enquanto houver o sentimento de amor no coração do homem --- e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus ínsita na vida --- o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade.
Envidar esforços para a preservação dos valores morais, estabelecidos pela necessidade do progresso espiritual, é dever de todos que, unidos, contribuirão para uma vida melhor e uma humanidade mais feliz, na qual o bem será a resposta primeira de todas as aspirações.


Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
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CASAMENTO E DIVÓRCIO

Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consangüíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus.


Autor: André Luiz (espírito)
Psicografia de Waldo Vieira.


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O Espiritismo
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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Bom Dia !



Que a Luz de Deus brilhe e ilumine intensamente a sua Vida; Que cada átomo, cada molécula do seu corpo sejam irradiados e purificados pelo brilho das bençãos divinas; Que você esteja coberto pelo Manto Sagrado de Luz e Amor do seu Deus Interior "EU SOU", e que todo o cosmos esteja te guiando e protegendo com muita Paz, com muito Amor e com muita Sabedoria, Que Assim Seja !
Amor e Luz, EU SOU Liduino Frater R+C.